Ontem eu e o Luciano comemoramos 16 anos que nos conhecemos. Cinema e barzinho à parte, sempre recordamos os caminhos que percorremos neste período. Assim, como aquele balanço que se faz no dia do aniversário, percebemos as mudanças, os crescimentos, os amadurecimentos. Também reconhecemos o que precisamos melhorar, mas sem drama, que não ajuda em nada, e mais como um desafio a ser conquistado com cumplicidade, companheirismo, empatia e muito amor. Já dá para enfileirar alguns aprendizados depois deste tempo juntos, mas o que eu coloco no primeiro lugar da fila foi algo que possibilitou que esta história começasse.
O ano de 1995 trazia grandes mudanças. Era o primeiro ano da faculdade, muita adaptação e muito conflito interno. O contato com os amigos do colegial ficava cada vez mais escasso. Cada um estava no seu próprio processo de adaptação a uma nova vida. Ainda procurava alguma identificação com as pessoas que conhecia e me sentia muito só. Não sei dizer como foi, mas lembro de ter tomado uma decisão interna importante que era enxergar a nova realidade como uma oportunidade de traçar rumos diferentes. Se havia algo que não me agradava, a partir daquele ponto poderia ser diferente se eu quisesse. Não queria mais pensar no que me faltava e resolvi aproveitar melhor o que já tinha. Claro que queria ter um namorado, além de uma porção de outras coisas, mas não dava para indexar a minha existência a isso. Então voltei toda a atenção para mim mesma a fim de ver o que precisava de cuidados. Assim alguns detalhes foram ajustados, desde iniciar uma atividade física até sair para passear mesmo sem ter companhia, pois pensei "e se nunca mais eu tiver amigos, vou ficar dentro de casa para sempre?". Realmente não seria uma possibilidade.
Tudo ia bem. Acho que era a primeira vez que eu travava um contato um pouco mais profundo comigo mesma desde o início de era das trevas (a adolescência), que saía do piloto automático e tentava desvendar o que ia dentro de mim. E aí aconteceu! Acho que estava tão desencanada do Planeta Terra, da Providência Divina, da existência do Self e dos conflitos político-sociais que o mundo pode finalmente girar. E lá fui eu, totalmente sem saber porquê, ao aniversário da colega que nem era da minha panelinha do ano anterior. Lá aceitei uma carona de volta para casa de alguém que não conhecia, algo que não era do meu feitio, e o resto é história.
O que fica para mim deste episódio é que muitas vezes desejamos muito alguma coisa, pedimos tanto, conjecturamos ainda mais e não abrimos espaço para que tudo aconteça. A ansiedade gerada é tamanha que não sobra uma brecha para o novo entrar na nossa vida. O outro aprendizado, que depois eu esqueci por muito tempo para reaprender mais tarde, é que, para que aconteça um fato novo na nossa vida, precisamos fazer algo que nunca fizemos antes (no meu caso aceitar a carona de um desconhecido). Faz sentido, não?
Muito bem, este é o relato auto-analítico de um acontecimento muito importante para mim. Contudo há uma outra versão, não tão bela e nem tão profunda. Ocorre que um mês antes de conhecer o Luciano, viajei para o Chile e fizemos a travessia dos lagos Andinos. Lá pelas tantas ficamos em uma ilha a fim de passar a noite e continuar o passeio no dia seguinte. Naquele lugar, que parecia saído de algum filme, havia uma cachoeira com uma lenda: bastaria beber três goles de suas águas para encontrar, em até uma ano, a pessoa com a qual iria se casar. Na recepção do hotel havia cartas e mais cartas de hóspedes que encontraram suas almas gêmeas depois de cumprir o ritual. Não lembro o gosto da água. Só sei que nunca matei a sede com tanta fé.
(P.S.: para quem tiver interesse, forneço o nome da ilha e os detalhes de como chegar lá)
Resumindo, nunca diga: "dessa água não beberei!" rsrsr...
ResponderExcluirQueridos Driquinha e Lulu, vocês são um casal cada vez melhor, e o relacionamento de vocês agora já tem direito a voto ;-)
Parabéns!
Beijos
Prel
Agradeço imensamente por você ter bebido água daquela fonte no Chile, e também por ter aceito a carona naquele 05 de Agosto de 1995. E também por tantas outras coisas que não há espaço suficiente para enumerar.
ResponderExcluirLu
Olá! Gosto quando venho aqui e leio seus textos. É prazeiroso.
ResponderExcluirAbraços, Algecira
Espero você em uma visita ao meu Blog. Vai ser um prazer: http://alcastrosantos.blogspot.com
Muito legal Dri, em primeiro lugar um feliz aniversario de comunhão de almas, é sempre bom poder contar com alguém por tanto tempo assim não é? Com relação à série de acontecimentos, parabéns, pois o que diferencia as pessoas é exatamente a vontade de fazer, fazer o que quer que seja, ser diferente, caminhar. Valendo-me dos Lusíadas, é preciso navegar “por mares nunca de antes navegados”, isto é o que move o mundo, é o que difere o arrojado do passivo, então a todos, me apego a uma frase do Johnie Walker “Eu vou a qualquer lugar, desde que seja em frente” (Dr.Livingstone). Parabéns pelo casamento e por sua vida caminhando sempre em frente. Beijos. Anselmo.
ResponderExcluirOlá Adriana, vim te convidar a conhecer meu blog, o Casa Decorada, lá você irá encontrar imagens de decoração vintage e outras.
ResponderExcluirAbraço
Valéria
Oi Querida Adriana !!! Obrigado por compartilhar com agente sua historia de vida, é muito bem ter alguem do nosso lado, tbm é dificil, rsrrs
ResponderExcluirGostei muito dessa frase, " Também reconhecemos o que precisamos melhorar, mas sem drama, que não ajuda em nada, e mais como um desafio a ser conquistado ."acho que vai me ajudar em algumas situações..
Tenha uma oitima semana. bjs