Não me venha com aquela conversinha enferrujada de "não tenho tempo", pois provado está que arrumamos tempo para tudo aquilo que é do nosso interesse. Enfim, se você consegue administrar a rotina a seu favor e se libertar do grilhões dos questináveis valores nos quais estamos em conserva há décadas, faça o seguinte: desça a serra. Sim, pegue o carro e siga para o litoral. Assim que botar o pé, ou melhor, as rodas na estrada desligue o piloto automático da sua mente e repare em tudo, inclusive no trânsito. Veja como a represa é bonita, filosofe sobre a quantidade absurda de caminhões e indague como seriam as coisas se as ferrovias não tivessem sido abandonadas. Dê uma olhadela para o céu só para constatar que os pássaros voam mesmo naquela curiosa formação em "V" que aparece nos desenhos animados e lembre-se que leu um e-mail que falava sobre isso e fazia algum paralelo descartável com os problemas da vida.
Depois de pagar o doloroso pedágio (afinal isto não é uma história da Pollyana) olhe a vegetação ao redor e diga para você mesmo "Puta que o pariu! Como a Mata Atlântica é linda! Vai se ferrar!" e pense em como deveriam ser os locais por onde está passando antes da chegada da civilização. Começe a descida propriamente dita vendo que neblina pouca é bobagem e mergulhe na nuvem branca, densa e misteriosa que esconde o horizonte. Túneis, túneis, túneis. Neles não há neblina e também não há graça alguma. Mas quando acabam há aquele tapete verde de copa de árvores que convida a um stage diving daqueles (não é possível que ninguém tenha feito isso até hoje). Então siga as placas em direção a Santos. Repare como a paisagem se transforma. Desligue o ar condicionado, abra o vidro e sinta que o ar de lá é totalmente diferente do daqui. Outro clima. Siga as indicações para Praias. Lembre-se que ali as pessoas dirigem com mais calma e quem está fora de contexto é você. Relaxe! Isto é um passeio e não um rali.
Agora que já reparou como exitem belos prédios antigos em Santos e já cumpriu seu percurso até as praias, procure a Av. Ana Costa. Nem se preocupe se não levou o GPS. As indicações surgem naturalmente e você vai se achar rapidinho. Logo que entrar na avenida verá ao seu lado direito o Shopping Balneário. Deixe seu carro nos estacionamento, suba as escadinhas, siga para a Praça de Eventos e...
...Tchanam! Você acaba de chegar na Mostra dos nossos quadros de Smalti. Assim, fácil, fácil!
Olhe tudo com calma porque cada quadro merece uma boa encarada. Aliás é muito interessante ver as obras bem de perto, quando se revela a estrutura da composição da cada uma.
Depois olhe de longe, porque aí a mágica também acontece, a obra se revela.
Tem este lado...
...e este outro também. Esta Mostra está um pouco diferente daquela que ocorreu em março, em Curitiba. Alguns quadros de lá não vieram para cá e há quadros aqui que não estavam lá. Esta exposição foi organizada pela Helena Sundfeld sob as asas protetoras da nossa querida Renata Ghellere que todo mundo já conhece porque eu não paro de jogar confetes nela. A Helena também fez o curso da Orsoni ano passado. Ela tem ateliê em Santos, é artista experiente e dá aulas também. Além da excelência técnica, os trabalhos da Helena trazem uma riqueza de detalhes quase insana. Portanto é bom levar seu babador.
Na subida das escadas há um quadro da própria Helena que convida à apreciação e ao aconchego.
Se escolher subir pelo outro lado, é um quadro da Renata que dá as boas-vindas. Pare na frente desta obra pelo menos uns dez minutos. Além de ver a minúcia e a técnica da artista você entenderá o que o Smalti pode proporcionar em termos artísticos graças à sua interminável gradação de tons e cores.
E ali no meio...
...está o réptil querido da mamãe! Matei a saudade da minha amada cobra que sobe.
A exposição segue até o dia 30/04. Quem vai para o litoral passar o próximo feriado já tem uma ótima sugestão de passeio para abrir a mente a cores, formas e conceitos únicos.
Para aqueles que farão o famoso bate-volta, sugiro que, após toda esta apreciação você saia até a Av. Ana Costa (a pé, pelo amor de Deus!) e dê alguns passos até chegar à orla. Respire! Respire bem fundo este ar úmido do mar. Pise na areia e veja...
Santos é uma cidade muito bonita em todas as estações. Fique por aí o quanto quiser pois neste lugares o tempo não passa tão depressa. Aproveite, sinta, desfrute.
Quando voltar para o shopping, tome um frozen natural com calda de amora em homenagem à sua avó que se curou das pedras na vesícula graças à água do Pai Eterno. Se você não tem uma avó nestas condições pode escolher outra pessoa para fazer a sua homenagem. Incluindo você!
Agora resta voltar para casa com a alma leve e a mente totalmente desobistruída e descomplicada. Mas se você não quiser mais voltar, não tem problema. Fique em Santos mesmo e aproveite para se aventurar no mundo do mosaico. Precisa de uma professora? Pois não! Anote aí: Helena L. O. Sundfeld. Rua Rio Grande do Norte, 70. Bairro Pompéia - Santos. Telefones: (13) 3028.0004 e 9756.0407. E-mail: helenaormonde@hotmail.com
No fim das contas só não se diverte quem não quer!
Adriana, quisera eu seguir tão sedutora sugestão.
ResponderExcluirBeijo, linda.
Obrigada pelo mimo, querida.
ResponderExcluirbeijo