Meu maior inimigo no trabalho (ou seria na vida?) é a ansiedade. Aquele afobamento sem razão, a pressa em ver os resultados, a energia gasta colocando o carro na frente dos bois. É como uma picada de mosquito, daquelas que dão alergia e parecem uma bolacha na batata da sua perna, coçando a todo instante e tirando o seu foco.
Então, além das limitações técnicas, sempre aparece aquele detalhe, às vezes não tão pequeno, que eu olho e me pergunto: "em que momento deixei isto passar?". Resposta: no momento em que estava ansiosa, quase louca, fazendo as coisas sem pensar no que fazia.
Para o meu consolo, já ouvi de colegas bem mais experientes do que eu que a ansiedade compromete a qualidade do trabalho. Ah! Que bom que não sou só eu! Ai! Será que mesmo depois de vinte anos de estrada continuarei assim, descompensada? Talvez.
Olhando para tudo que já fiz, pude mesmo constatar que as peças que mais me agradaram foram aquelas produzidas sem um fim específico, sem querer agradar a ninguém, aproveitando a brecha entre uma encomenda e outra. Encomendas com prazo bem folgado também saíram melhor. Não é uma regra, mas dá para observar um padrão. Então, como exercício de auto-observação, parti para uma luminária com o compromisso de parar tudo ao primeiro sinal de surto ansioso. Ela vem surgindo mais lenta do que o normal, mas o bom disso é que consigo identificar melhor o que é resultado de falta de aprimoramento técnico, posso identificar especificamente as minhas dificuldades e consequentemente buscar o caminho das soluções. Antes não conseguia saber o que era o que, e rodava no "mea culpa" sem concluir nada de útil. Só espero conseguir manter este diálogo interno até o final desta peça. O próximo desafio é extender o comportamento para tudo o que fizer. Mas, se me permitem o trocadalho, será um pedaço por vez.
Se vc descobrir a mágica para agir assim me conta, rsss. parabéns pela determinação.
ResponderExcluirDri, hoje vc tirou as palavras nao da minha boca (por que eu nao seria capaz de verbalizar este sentimento tao bem), mas do fundo mais fundo do meu coracao eternamente ansioso. Valeu. Beijos.
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