Quem anda mais pelo Facebook do que por aqui certamente responderá que sim. Mas para quem já perdeu, ou nunca teve, paciência para as redes sociais eu faço questão de apresentar. Trata-se uma técnica criada pelo artista Marcelo de Melo onde o mosaico não é apenas decorativo, mas atua na sustentação do trabalho. O resultado são peças de beleza e formas inesperadas.
Agora vamos por partes. Recomendo, e muito, que você conheça o trabalho do Marcelo, este brasileiro que já está há mais tempo fora do que dentro do Brasil. Visite o site: www.mdemelo.com . Por aí você poderá perceber a versatilidade da expressão artística dele. Se você está no Facebook, pesquise "Structural Mosaics Workshops" e veja a produção resultante dos cursos que aconteceram nos meses de março a abril aqui no Brasil.
Isto posto, vamos aos devaneios que povoaram esta pessoa durante o workshop que aconteceu em São Paulo, em março. O curso foi em território conhecido, o ateliê da Tânia Kassya (conheça aqui), mesma cena do crime do curso da Orsoni de 2011. Assim eu sabia que seria muito bem recebida, mas não sabia muito bem o que esperar do workshop. Ainda bem! Porque a experiência foi bem intensa. Primeiro me encantei com a técnica em um nível superlativo porque ela permite criações prá lá de livres. Não há limites e logo nos primeiros instantes já dá para perceber isso. Eu não estava me vendo, mas acho que devo ter feito uma cara de criança na loja de doces quando me dei conta de que o céu não era a linha final. Apenas tomei o cuidado de não viajar demais na maionese, mesmo com a tentação sendo grande, para poder terminar a peça durante o curso, aproveitando ao máximo as orientações do professor em cada fase do projeto.
Meu segundo encantamento foi justamente com o professor. Em todo meio é comum encontrar quem suba no salto Luís XV quando domina o assunto. Em mosaico isto não é diferente e existem histórias pavorosas de professores que jogam o material do aluno no lixo (literalmente) por não ser o que há de melhor no planeta. Só que o Marcelo é o oposto disso e mostrou-se imensamente humilde e acessível. O que mais um aluno pode querer? De uma sensibilidade amorosa, entendeu e respeitou o processo criativo de cada um, embarcando inteiramente no universo alheio para poder orientar de maneira específica.
Então vamos às fotos!
Acima - com a base pronta, recebo a orientação de como transpor minha idéia rascunhada no papel para uma superfície 3D.
Abaixo - dá-lhe revestimento! E...um dos lados ficou pronto.
Abaixo - parecendo um espectro do outro mundo, com a mão na massa trabalhando o outro lado.
E depois da última tessela aplicada, recebendo o certificado.
Foi uma semana que me abasteceu de inspiração, que abriu minha mente um pouco mais, que reforçou minhas convicções, que me fez mudar de opinião (adoooooro!!!!) sobre algumas coisas e acreditar ainda mais em outras. Fiquei flutuando uns dias depois, com aquela sensação de gratidão que brota bem no centro do peito.
O acabamento fiz em casa e a peça ficou assim:
Enquanto fotografava, achei que dava para explorar ainda mais as formas. Então desci para o jardim e te convido a enxergar com os meus olhos:
Não sei você, mas eu acho demais poder dar esta sensação de leveza e movimento a algo tão sólido. Vivas à técnica e ao seu criador!
Ficou muito bom Adriana,em todas as posições tem movimento.As cores então....adorei.Se tiver outro curso em SP tentarei fazer bj
ResponderExcluirAdriana, vendo o teu trabalho, lembrei Gaudi, para quem (também) o céu nunca foi o limite!
ResponderExcluirbeijo
Nossa, ficou muito legal mesmo, adorei, acho que precisamos conversar mais sobre estas técnicas e sobre algumas peças. Bjs.
ResponderExcluirAdriana, ficou ótimo!
ResponderExcluirQuem bom que gostou. Fico feliz.
Abraço, Marcelo
Parabéns pelo post e pelo belíssimo Estrutural, Adriana.
ResponderExcluirAbraço, Véra
www.veraoliveira.com.br