Acontece assim: a cada tanto de tempo eu preciso fazer um Olho Grego. Esse precisar é meu mesmo. É como se a cada tanto viajado eu parasse para abastecer o carro, esticar as pernas, comer... É uma espécie de pausa onde retorno para um lugar familiar e seguro. E isso me faz bem.
Em algum momento já devo ter mencionado a atração que tenho por símbolos. Acho-os muito interessantes. Gosto de tentar entendê-los, de saber sua missão, de saber do poder que nós lhes conferimos. Claro que cada pessoa se relaciona de uma maneira com os símbolos. Eu os vejo como um lembrete de nossa própria força. Essa lembrança é de um valor inestimável quando tudo vai mal, quando nos sentimos incapazes de dar mais um passo adiante sem desabar. Nesse instante um símbolo pode nos lembrar que já passamos por isso outras vezes e continuamos aqui, caminhando. Eles nos lembram que nosso chão é sólido e que nossas pernas tem a exata força que precisamos. Quando as sombras se avolumam sobre nossa alma fragilizada, um símbolo nos recorda que existe uma luz dentro de nós que nunca se apaga e que não há escuridão que não ceda à essa luz. Quando embaralhamos nossas pegadas e estamos perdidos, um símbolo é a seta que nos aponta a direção, que nos faz erguer a cabeça para avistar o destino. Quem faz somos nós. Mas o símbolo nos recorda de que podemos fazer.
O Olho Grego, segundo sua tradição, fala principalmente sobre proteção. Já tentei saber porque gosto tanto deste escudo, mas nunca cheguei até a resposta. Neste ponto acho que descobrir a resposta pouco importa. Se reproduzi-lo em mosaico me traz satisfação, que assim seja. Não fecharei as vias pelas quais a alegria queira me visitar, ainda que eu não saiba o motivo da visita.
Esse Olho Grego fiz sobre um prato de cerâmica, destes que são feitos para ficar sob vasos.
A parte de cerâmica pintei com esta tonalidade de dourado. |
Utilizo o rejunte escuro com frequência para destacar as cores, fazendo-as brilhar. |
O prato, por ser muito pesado, ganhou um suporte e assim pode ficar sobre aparadores e buffets. |
Como acontece com certa frequência (comigo), o projeto inicial funcionou até um certo ponto. Então tudo empacou e não havia forma de ficar bom. Foram quatro tentativas de corta, cola e tira. Precisei de 48h de pausa e uma faxina em casa para achar o meio de fazer a coisa voltar a funcionar. Na ocasião eu coloquei a culpa nas obras de Hundertwasser que vi numa exposição em Lindau. Aquela beleza toda desorganizou meu cérebro e meu espírito. O que fazia sentido antes, não poderia mais ser. Por que isso acontece? Mais uma pergunta sem resposta para a minha coleção. Mesmo sem saber a causa, encontrei uma maneira de resolver o problema.
E assim vamos empacando, resolvendo, crendo, descrendo, entendendo, supondo e fazendo tudo o que dá, da melhor maneira que se sabe fazer.
Até a próxima!
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