Não é segredo para ninguém que a gente conta os dias, as horas, para o fim do inverno. Nossa esperança é que de um instante para o outro os dias tenham mais horas de luz e as temperaturas se fixem entre 15 e 20 graus (que tal?). Bem, parte disso acontece mesmo. A Terra, com seu eixo inclinado, gira ao redor do sol e isto, somado ao horário de verão que começou há um mês, faz com que o sol nasça às 5:45 e se ponha às 20:23. É uma baita diferença! Não é à toa que os passarinhos cantem tanto e os corvos fiquem praticamente sem motivo para reclamar. Algo semelhante acontece conosco. Tem gente assobiando por aí e é até possível se deparar com algum alemão sendo simpático. Eu me cago de medo com isso, pois acho que os acontecimentos extraordinários alteram a ordem natural das coisas, podendo provocar furacões, terremotos e tsunamis. Mas ainda com este risco eminente, prefiro ver meus anfitriões mostrando seus dentes e com o semblante mais relaxado. Se é para morrer num cataclisma, que seja depois de receber um sorriso.
E foi nesta onde de amar a vida, abraçar árvores e cumprimentar cada pardal que cruza meu caminho que fiz esse vaso. Revesti a cerâmica com pastilhas de vidro de diversos tipos, algumas bijouterias e algumas contas de vidro. Eu amei! Para falar a verdade, no começo não. Eu iniciei este vaso antes das férias e terminei depois de voltar. Isso pode resultar numa peça inconsistente, mas depois do rejunte achei que estava tudo bem e já podia cobrí-lo de beijos e juras de amor. Que ele seja a celebração da vida que volta tão vibrante, da luz que nos brinda generosa e das temperaturas...as temperaturas...essas f*#@* da p#@*& estão de gozação com a gente. Dizem que isso é típico de abril, ninguém sabe o que pode acontecer com o clima durante este mês. Bom, acho que em maio a felicidade estará, enfim, completa. Falta muito pouco. Celebremos!
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Adriana, nao pude deixar de sorrir. A sua avaliação do povo alemao é cirurgica. Apesar disso, eu latina, aprecio esse rigor nórdico. Acredito que para uma exilada dos trópicos o panorama possa ser assustador, com temperaturas glaciares e semblantes carregados. Também ninguém disse que ia ser fácil, pois nao?
ResponderExcluirO seu trabalho continua exuberante de cor, palpitante de vida.
Acho que se os seus vizinhos rasgarem amplos sorrisos, nao me admirarei - será por sua causa.
Beijo
Nina
Nina, Nina...tu és muito gentil, minha querida! Ontem ao sair, segurei a porta para que um vizinho, cujas mãos estavam tomadas de sacolas, entrasse no prédio com mais facilidade. Fui surpreendida com um "como vai?". Quase não consegui respondê-lo de tão admirada que estava. Nunca um vizinho me dirigiu a palavra desta forma. Mas algo me diz que não foi o meu sorriso. Acho que foi mesmo o sol e o céu azul...coisas de Berlim...
ExcluirBeijos!!!!