Olá!

Aqui você encontra vários tipos de textos com reflexões, introspecções, filosofadas e relatos, tudo sob a luz do mosaico. Desejo inspirar você com a mesma arte que me inspira.

Um vaso para plantar esperança.

No meu aniversário, ganhei d'além mar um delicado arranjo de mini rosas. Elas, tão coloridas e generosas, me foram entregues pela funcionária da floricultura em meio a um sorriso aberto de quem ama o trabalho que tem. Só aquele sorriso já foi um presente. O arranjo enfeitou nossa mesinha de café da manhã até as rosas começarem a murchar. Foi só então que percebi que elas estavam plantadas na terra. Corri para o YouTube em busca de orientações sobre como cuidar destas flores. Quanto de sol? Quanto de água? Em meio às respostas às minhas dúvidas constatei com alegria infantil que, sim, existe uma maneira de preparar a roseira para que ela sobreviva ao inverno. Com esse horizonte de esperança à minha frente, fui logo comprar um vaso. Herrsching tem tudo o que você precisa para o seu dia a dia, ainda que não tenha muita variedade. Então comprei o melhor vaso possível e lá fui mergulhar nas infinitas possibilidades de revesti-lo. Escolhe daqui, dali...os desenhos se formando e se modificando na mente...separei o material. Daí para frente é aquela alegria de ver o sentimento tomar forma. Amei o que fiz!

Usei tampas de Club-Mate, pastilhas de vidro, gemas de vidro e pastilhas de cerâmica.
Achei que ficou alegre e com uma cara de arte mexicana, não parece?
A borda e o fundo do vaso pintei de dourado...porque amo dourado.

Desavisados perguntariam porque pintar o fundo. Gente! E por que não? Já dizia alguém que "Deus mora nos detalhes".

 Fiz o plantio das mini rosas um tanto incrédula. Eu adoro plantas, converso com todas, mas tem algumas que me parecem inacessíveis. Rosas são uma delas. Então já comecei o papo pedindo desculpas pela falta de jeito, explicando que nunca tinha cuidado de rosas antes, mas que tinha me informado bastante e que, se elas quisessem, a gente poderia cultivar ali não só as próprias rosas, mas também uma amizade. Acho que ter tido uma conversa franca ajudou. A bichinha não morreu! Só aí já ganhei o mês. Mas o melhor de tudo foi ver as folhinhas novas nascendo. Não me aguentei e enchi a roseira de beijos!!! 

Olha que amor!!! Já expliquei para as outras flores que elas também ganharão casa nova. É só ter paciência.
A sobrevivência da roseira e a esperança que as novas folhas me trouxeram fizeram com que eu notasse uma tristeza resignada que trazia de Berlim. Lá fui deixando de cultivar plantas porque sabia que elas morreriam. Era só uma questão de tempo. Por isso meu primeiro pensamento ao ganhar a roseira foi dúbio. Algo como "que linda!...pena que vai morrer" e tentei me conformar com isso. Precisei de um tempo para ver que uma possibilidade já existia bem ali na minha frente. E, quem sabe, essa possibilidade me traga mais do que sobrevivência. Quem sabe, eu possa sonhar com flores antes do inverno chegar e, se tudo der certo, resistir ao frio para ressurgir na primavera.

Tenho uma relação conturbada com essa história de esperança. A cada novo momento não sei decidir se ela é um véu que colocamos sobre os olhos para não encarar diretamente o que precisa ser visto ou se é um cajado que nos ajuda a caminhar mais longe. Mas hoje, exatamente hoje, ela é tudo que tenho. Sem a ideia de que algum dia verei botões de rosa se abrindo na minha varanda fica muito, muito difícil continuar a jornada. Então, ainda que não saiba definir o que é a esperança, acho que sua função, no final das contas, é simplesmente essa - nos manter aqui.   

Cultivemos o nosso melhor e...até a próxima!
__________________________________________
Visite agora minha Loja Online! Basta clicar AQUI.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá! Tenho muito interesse em saber a sua opinião sobre esta postagem. Obrigada pela sua visita!