Olá!

Aqui você encontra vários tipos de textos com reflexões, introspecções, filosofadas e relatos, tudo sob a luz do mosaico. Desejo inspirar você com a mesma arte que me inspira.

A metade verde.

Todos nós que cultivamos muito gosto por alguma coisa nos deparamos com o dia em que nos falta espaço para enfileirar os objetos de nosso gosto. Aconteceu comigo. Não há mais espaço nas prateleiras para exibir minhas amadas garrafas com dignidade. Dizem que a necessidade é a mãe da invenção. No meu caso, eu adaptaria dizendo que a necessidade é o fermento da criatividade. Com os dedos coçando para fazer uma nova garrafa olhei para as paredes e achei que elas poderiam receber muito mais furos e pregos do que têm atualmente. Nada como um espaço em branco não é mesmo?

Uma vez decidido que penduraria a garrafa na parede, surgiram na minha mente algumas maneiras de fazer isso. Escolhi cortar a garrafa ao meio, longitudinalmente, e fixar essa metade em uma base. Escolhi usar Wedi para que o trabalho pronto ficasse um pouco mais leve. Decisões tomadas, garrafa cortada e colada, foi a hora de começar a revestir tudo. Mais uma vez a mente trouxe um tanto de possibilidades. Eu decidi revestir a garrafa primeiro e depois fazer o fundo, mergulhando num mar de tons de verde.


Teve pedra natural, espelhos, miçangas, pastilhas de vidro de vários tipos, gemas de vidro...

...sem falar no reaproveitamento de bijou (obrigada, mãe!) e nas conchas que pintei com tinta vitral.
Durante a elaboração do mosaico eu estava mais concentrada em fazer padrões e repetir elementos para não perder a harmonia. O resultado final foi uma garrafa de mosaico totalmente mimetizada com o fundo.
Onde começa e onde termina a garrafa?

Prova de que tem mesmo uma meia garrafa ali.
Para o acabamento das bordas, escolhi usar fatias de rolhas já que elas abundam neste pequeno lar. Uma vez fatiadas, usei um pirógrafo (quem lembra disso?) para criara detalhes na cortiça. Confesso que o cheiro de cortiça queimada rendeu uma "good trip" que me levou diretamente aos tempos de primário.
A Garrafa de Parede, no meio de suas irmãs de prateleira, ficou com cara de quadro de antepassado, aqueles com o retrato do tataravô do seu bisavô que foi príncipe em algum fim de mundo por aí.

Mas na parede ficou uma lindeza só. A outra metade também habitará essa mesma parede.
Esse trabalho trouxe algumas alegrias. A primeira foi conseguir cortar a garrafa (me senti muito vitoriosa!). A segunda foi a confecção do mosaico em si, que dá aquele prazerzinho no cérebro. A terceira foi o exercício das possibilidades. Isso é uma coisa que me encanta na existência. Há várias maneiras, muitas mesmo, de se fazer uma mesma coisa e chegar no mesmo resultado. Acho essa ideia maravilhosa. Há várias formas de se alimentar, várias formas de se vestir, várias formas de se movimentar, várias formas de amar, várias formas de se relacionar, várias formas de se expressas, várias formas de trabalhar, várias formas de rezar, várias formas de ajudar, várias formas de se alegrar, várias formas de curar e essa pluralidade é linda demais! Essas múltiplas opções falam de como somos seres diversificados e cheios de possibilidades, de como cada um de nós pode ficar tranquilo em ser aquilo que é, em externalizar sua Essência. O que faz a primavera ser tão linda é a profusão de cores, formas e aromas diferentes, não é? Então deixemos nosso espelho narcisista de lado por um instante para nos surpreendermos com tudo que há de diferente à nossa volta.

Até a próxima!
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