Olá!

Aqui você encontra vários tipos de textos com reflexões, introspecções, filosofadas e relatos, tudo sob a luz do mosaico. Desejo inspirar você com a mesma arte que me inspira.

Onde há curvas, há sombras...

Certa vez uma querida colega escreveu que ao mudar de casa mudamos muito mais do que de casa. Essa afirmação não poderia ser mais precisa ou mais verdadeira. O novo endereço é resultado de uma sequência de outras mudanças e assim, quando nos olhamos no espelho, não estamos mais ali. Há uma outra pessoa. Quando a nova casa fica a um oceano de distância da antiga, o processo é drástico.

Por mais óbvio que isso seja, não há como saber de que maneira seremos afetados por tudo que não conhecemos. Não dá para saber de antemão quem seremos ao final do processo (se é que há um final neste processo). Ao retomar meus trabalhos da forma como fazia antes, algo havia se perdido. Perdeu-se na pausa, perdeu-se na distância, perdeu-se não sei onde e de forma irrecuperável. Tentei outra vez e de novo...nada. Ao mesmo tempo que tentava contemporizar o que estava acontecendo, havia um conteúdo desesperado para sair, como uma panela de pressão que já alcançou a fervura e cujo pino está prestes a entrar em órbita. Mas o meio que eu conhecia para para escoar tudo isso simplesmente não funcionava mais! Então concluí que era hora de romper com todos os preceitos que vinha seguindo, com padrões estéticos que muitas vezes não eram os meus e com as concepções de certo e errado. "Preciso me render a mim mesma", pensei. A esta altura a tal panela estava prestes a explodir. Então vamos começar com um projeto, certo? Sim! Então vamos falar da natureza, do sol que dita o ritmo da vida que conhecemos, do ar impregnado por essa força, esta energia, que chega à natureza pela água da chuva, indo parar no solo fértil. Ótimo! Tudo lindo! Então vamos lá!!! Só que esta forma de trabalhar funcionou como mais uma repressão...e panela explodiu. Decidi ir até o final do trabalho, do jeito que fosse, com correntes recém cortadas e feridas expostas. Foi doloroso, conflitante e necessário. Agora é daqui para frente. até onde for.

Dizem que a vida é uma estrada. A minha definitivamente não é uma estrada reta. A de ninguém, talvez. Onde há curvas, há muitas sombras, mas também há luz.









Mural de Mosaico na Karl-Marx-Allee

Se tem uma coisa que é tão certa quanto "chover para baixo" é a tal da sintonia. Não tem erro: aquilo onde você deposita sua atenção, orbita na sua frequência. Eu, por exemplo, tenho uma paixão de vidas passadas por gatos. Por isso sou capaz de ver um gatinho a uns 15 km de distância. Nitidamente. Em contrapartida, não ligo a mínima para carros. O trânsito é, para mim, uma massa cinzenta e indistinta que se move feroz ou letargicamente e só. Último modelo? Não para mim...
É por esse motivo que os mosaicos se revelam aqui e ali. Monumentais ou pequenos, magistrais ou amadores eles sempre pulam para o meu campo de visão para dar uma olá. E foi exatamente assim que vimos esse mural. Na caminhada de volta uma olhadela para o lado e lá estava ele com sua cores e estilo vibrantes. O trabalho, todo em pasta vítrea, não traz assinatura e , de fato, não encontrei uma única informação sobre ele. Só posso dizer que está nesta rua que tornou-se sem saída pela presença desta muro sobre o qual o mural foi feito. A rua em questão fica exatamente ao lado do Computerspielemuseum (Museu dos Jogos Eletrônicos) que, por sua vez, fica na Karl-Marx-Allee, 93A, pertíssimo da estação Weberwiese da linha U5 do metrô. 

(Clique sobre as fotos para vê-las em tamanho maior)







 Se alguém souber quando este mural foi feito e/ou por quem, por favor fale. Eu quero muito saber!