Olá!

Aqui você encontra vários tipos de textos com reflexões, introspecções, filosofadas e relatos, tudo sob a luz do mosaico. Desejo inspirar você com a mesma arte que me inspira.

Para celebrar o amor.

Eles se casaram num sábado. Um dia de sol, mas já sem o calor sufocante do verão. Eu estava com aquela preocupação típica de mulher (brasileira): será que minha roupa está adequada? Nunca tinha ido num casamento cujos festejos começariam de manhã e durariam até a noite, incluindo um passeio de barco no meio da coisa toda. Também nunca tinha ido a um casamento na Alemanha. Coitada de mim...tão presa a padrões rasos. Tive a experiência mais livre e poética que um casamento pode oferecer.

Ela é da Irlanda. Ele é alemão. Eles trabalham numa empresa inglesa, mas que fica na Alemanha. Por aí começamos a montar essa colcha de humanidades, com gente de diferentes países. Cada um tem, dentro da sua cultura, a própria referência de cerimônia de casamento. Cada um vestiu-se de acordo com os seus costumes. Uma coisa é certa: dava para ver que todos estavam no seu melhor sem perder de vista o principal - celebrar o amor de duas pessoas que decidiram construir uma vida juntos. Essa essência era o mais importante. Não havia dúvida. Dito assim pode parecer clichê, mas acontece que eu nunca tinha experimentado uma situação onde essa ideia fosse realmente palpável, onde a diversidade só fez somar. Para mim foi um dia emblemático, mágico, inspirador, libertador e didático.

Essa profusão de sentimentos permaneceu comigo de uma forma inegável, de modo que precisei concretizar um pouco disso tudo. Assim nasceu este quadro para celebrar a união e contemplar a infinitude das relações humanas. Cada vez mais penso que as fronteiras que existem por aí nada mais são do que nossos diferentes estágios de percepção do lugar que ocupamos no mundo. No fundo, no fundo, no fundo somos uma coisa só e nossa necessidade mais elementar é mesmo o amor, independente de onde você tenha nascido e para onde tenha ido depois.

Usei mármore para o símbolo do infinito e para a data do casamento. Para o fundo, utilizei pastilhas cristal.

Com a mistura das cores das bandeiras da Irlanda e da Alemanha preenchi os espaços do infinito. A infinitude da união - essa foi a ideia.



Nova Luminária para Velas.


Esta é a mais recente luminária para velas. Traz os tons do outono e muita reutilização de materiais. A base de madeira, o cilindro de vidro e os vidros transparentes são puro upcycling e cumprem muito bem sua funções. Vamos transformar!!! A eles adicionei vidro colorido, pastilhas douradas, pastilhas fios de ouro e cristais. O resultado final foi uma luminária única com estilo folk.

Luminária para velas rechau composta por duas peças.

As luminárias são peças coringa na decoração e tornam quaisquer momentos, do mais descontraído e espontâneo ao mais formal, em ocasiões especiais e acolhedoras.

Mistuire estilos e combine cores. Autenticidade sempre funciona.

Depois que o sol se por, acenda velas e crie uma atmosfera totalmente nova.

O vidro transparente permite aproveitar o máximo da luz da vela.

Esta luminária está disponível para venda na loja virtual de Lucano Mosaico no site Etsy. Acesse por AQUI. Lá você também pode encontrar estas outras luminárias e muitos mais!


Luminária para velas com pedras naturais.
Luminária para velas feita com vidro de garrafas!
Luminária com reutilização de vidro na base e no revestimento :-)
Porta-velas Contemporâneo com pastilhas de vidro, vidro pintado, vidro de garrafa e mármore.

O estado de mudança.

Deve ter sido em 2013 que li pela primeira vez a frase "isto também passará". Era na postagem de fotos de um trabalho lindo, lindo que a Maria Helena Ferraz estava fazendo (veja aqui). Essas palavras me nocautearam. Acho que é isso que acontece quando uma verdade encontra eco em nós. Era tão óbvio, tão certo e tão ignorado até aquele momento. "Isto também passará. Nada é permanente, apenas o estado de mudança. A vida é um fluxo. Vamos celebrar!" Foi isso que ela escreveu. Eu não poderia imaginar palavras mais fortes a remover um véu de mistério sobre a existência. Dali em diante isso me acompanhou. Sempre. Repeti para aqueles que imaginei precisarem ouvir, repeti para mim e, confesso, dava mais ênfase na esperança fantástica que estes dizeres conferem quando os tempos são difíceis.

Esse fluxo inegável que é a vida me trouxe até aqui. Tive (e tenho) dificuldades que não imaginava. Nesse processo tão longo, rebuscado e pungente que chamo de adaptação, me vi oscilando entre extremos. Para cada ferida, um bálsamo. Para cada ódio, uma paixão. Para cada decepção, um encantamento. Para cada ceticismo, uma poesia e uma esperança.

E não é só o entorno que muda à frente de nossos olhos. Houve vezes (e ainda há) em que não me reconheço no espelho. Eu mudei. Estou mudando. Não me sinto no controle do que está acontecendo agora. Apenas sei que nada jamais será como antes. Assustada com a dimensão disso tudo em relação a mim, precisei entender que nos processos de mudança - começo, meio e sem fim - não cabe julgamento. Isso limita a coisa toda. Dizer se é bom ou ruim é pouco, é pequeno e não abarca significado algum. Tudo pode ser bom e ruim ao mesmo tempo

E foi mais ou menos por aí que o outro lado daquela frase começou a falar com mais força para mim. Isto também passará. O que é imensamente bom também passará. E acho que só nessa altura do campeonato consegui abraçar a vastidão da afirmação. É uma contradição: quando tudo estava "controlado" a frase servia de consolo. Agora que tudo é descontrole, a frase serve de incentivo. Uma espécie de chamado para o momento presente e uma necessidade de autoentrega: mergulhar incondicionalmente no que é bom no momento em que acontece. Que aquilo que pesa nos ombros não obscureça aquilo que acena à alma.

Hoje entendo que um grau de desapego e um grau de entrega são necessários para navegar nesse fluxo da vida. Quanto maior o grau, mais leve se navega. Pelo menos é assim que entendo agora. E para não perder isso de vista, para não deixar de lado uma das poucas coisas que parecem fazer sentido atualmente, recorri ao mosaico (e também porque tenho medo de tatuagens, apesar de achar lindo!). Este lembrete permanecerá em nossa casa, esteja ela onde estiver.

(clique sobre as imagens para vê-las em tamanho maior)







A praça Kirsten-Heisig e seus ornamentos de mosaico.

A praça Kirsten-Heisig fica em uma parte muito bonita do bairro Neukölln. Ela é pequena e se perguntasse para mim eu nem diria que é uma praça, mas o que importa aqui é que nela há belos ornamentos revestidos de mosaico.

De um lado vê-se duas poltronas e uma escultura. Gostei das poltronas e AMEI a escultura, que traz um movimento muito bonito e detalhes encantadores.


As duas poltronas vistas pela parte de trás e em segundo plano a escultura.




A escultura mescla o mosaico com o cimento queimado. Fiquei apaixonada pelas cores e para mim remete à figura do sol.


Detalhe da escultura. Equilíbrio entre área revestida e cimento aparente.

No outro lado da praça, atravessando a rua, estão mais duas poltronas maiores e toda a mureta do jardim ornamentada em mosaico. Minha paixão foi pela mureta (desculpe mais uma vez, poltronas!). Talvez seja porque adoro vermelho, talvez porque adoro como as fomas casaram com o mosaico, talvez porque adoro mosaico em áreas de jardim.

Em primeiro plano as poltronas e ao fundo a mureta do canteiro.

Parte de frente de uma das poltronas.



Vista da mureta do canteiro. Veja como o desenho do mosaico flui junto com a sinuosidade da sua base.
 Não consegui obter nenhuma informação sobre que confeccionou estas obras. Pena. Mosaico sem autor é como goiabada sem queijo ou amor sem beijo.

Tirando isso, fico feliz em poder mostrar como o mosaico pode ser inserido numa cidade, como pode fazer parte da vida das pessoas e como isso pode alimentar nossa fome de beleza. Imagine essa pequena praça durante os meses de inverno. Não há verde, todas as árvores e todos os arbustos perdem as folhas. A luz é pouca, tudo acinzenta. Visualizando isso, é possível perceber o impacto dessa arte neste contexto. Estes mosaicos serão uma fonte de cor (uma das poucas) naquele espaço e terão um impacto relevante em quem passa por ali, transmitindo calor e esperança de que tudo voltará à vida no tempo certo. 


Os mosaicos da estação Richard-Wagner-Platz.

Certamente já devo ter mencionado que as estações de metrô de Berlim são um caso à parte. Enquanto existe um punhado delas que não me diz nada, há outras tantas que são incríveis, com cerâmicas surpreendentes e obras de arte. Já flagrei alguns mosaicos sobre os quais falei aqui e aqui.

Os mosaicos que mostro hoje foram uma dica dada há muito tempo pela Débora Romera. Anotei na minha lista e....esqueci! Bem, antes tarde do que mais tarde, há alguns dias fui reparar minha displicência. Rumei em direção à estação Richard-Wagner-Platz de linha U7 do metrô. Uma placa no local diz que os mosaicos ornamentavam o Hotel "Bayernhof", uma construção de 1903 que teria sido inicialmente uma loja de departamentos. Fechou em 1914 e reabriu em 1926, aí sim como Hotel Bayernhof. A edificação foi parcialmente destruída durante a guerra e demolida em 1973. Então acredito que foi nessa época que os painéis passaram a morar na estação de metrô. Os mosaicos de vidro enfeitavam o teto do restaurante do hotel e foram feitos por Johann Odorico. Minha primeira impressão ao vê-los foi de achá-los semelhantes a um bordado de arraiolo, devido à textura tão peculiar das tesselas de vidro.
(foto: Adriana Piacezzi).

É nesta estação que você poderá ver os mosaicos. Fala sério se essa cerâmica não é lacradora!!!
(foto: By IngolfBLN - Berlin - U-Bahnhof Richard-Wagner-Platz - Linie U7Uploaded by Magnus Manske, CC BY-SA 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=21051536)

Saia da plataforma para o lado que indica "Chalotenburg Schloss" e à esquerda eles estarão te esperando...
(fotos dos mosaicos: Adriana Piacezzi)

Hermann zu Thüringen

Reinmar von Zwete


Elisabeth von Thüringen

Wolfram von Eschenbach.


Rudolf von Habsbury.


Tannhäuser.


Ludwig von Bayern.


Walther von der Vogelweide.



Dá uma vontade monstruosa de colocar a mão, ficar alisando, mas existe essa barra na frente para manter todos aqueles que anseiam por contato físico (como eu) a uma distância segura. E nem adianta querer dar um "truque", se espichando todo ou simplesmente passando por baixo da barra. Existem câmeras de vigilância unicamente para garantir que estes mosaicos continuem assim como estão por muitos séculos.






Vaso Bohemian.

    Acho que desde sempre gostei muito do estilo Bohemian, tanto para decoração como para o vestuário. Agrada-me a profusão de detalhes e cores, a exuberância e a mistura de padrões e estilos.       Podemos dizer que é um estilo eclético e, talvez por isso, livre.
    Este vaso de cerâmica nasceu sem essa intenção, mas quando olhei para os materiais que tinha separado para o brain storm...já era! Meu coração é Bohemian!!!

Tenho gostado de adicionar detalhes em pedras naturais. Gosto muito do toque rústico que conferem ao visual.



Eu tinha dúvidas se apenas folhagens ficariam bem neste vaso para não competir com os detalhes. Mas quando coloquei a orquídea, achei que o casamento funcionou muito bem.

Genteeee!!! Fala se não é babado puro na decoração!!!


Se você mora na União Européia, pode conferir esta e outras peças de mosaico na minha loja virtual. Ela fica hospedada na plataforma Etsy. Vai por AQUI!

Abraços a todos e até a próxima!

O pequeno mosaico de Lara.

A viagem era para resolver assuntos burocráticos, trâmites de documentos. Coisa rápida, tempo contado. Mas quando se trata dele, sempre há alguma coisa não dita que pode envolver carro...ou não. Desta vez envolvia. Iria ver um tipo de Opala alemão e o António ia junto. Mas quem é António??? Nem sei porque pergunto. É cúmplice de crime, pois para fazer coisas que não contamos a ninguém sempre tem um alguém para ajudar e incentivar. Encurtando a coisa toda o António era somente um contato proporcionado não sei como pela Internet e o tal carro veio mesmo parar aqui. Só que depois disso eles não deixaram mais de se falar. Sempre assuntos de carro com entremeios de outros temas. Habituei-me a ouvir algumas histórias sobre essa pessoa imaterial. Até "ajudei" a despachar uma Schwalbe amarela para ele, companhia perfeita para o Trabant que já tinha. 

Um dia veio a notícia de que António seria pai pela primeira vez. E fui recebendo todas as atualizações: a descoberta do sexo, a escolha do nome, os problemas na gravidez, o repouso absoluto, a melhora, o parto prematuro, os dias de encubadora, o quartinho vazio esperando o bebê vir para casa, a alta hospitalar tão aguardada...e aí veio uma foto do António com a pequenina Lara nos braços. Tão pequenina e tão linda! Foi ali que percebi que, por mais que me achasse indiferente, eu torcia já há algum tempo para aquela família dormir sob o mesmo teto. Antes até, já tinha incluído a saúde da mãe em minha orações.

São aquelas coisas que não sabemos muito bem como acontecem. Como nutrimos afeto por pessoas que não conhecemos? Eu não sei, mas há pessoas com as quais estabelecemos um tipo de sintonia, algo muito simples e fácil. E realmente não importa se nós nos encontremos ou não, pois a mágica já está feita, já temos este bem-querer abstrato que nos faz tão bem. As últimas fotos que vi de Lara mostram uma bebê linda, saudável, sorridente e muito amada. Então vamos comemorar estas coisas preciosas que a vida nos apresenta e celebrar o amor. Não precisa ter explicação para tudo, não precisa dissecar os motivos, a origem. Vamos simplesmente apreciar o que está bem à nossa frente neste exato momento.



Mosaico feito com smalti, pastilhas de vidro e lampwork sobre placa de ferro com arabescos.

Atualização de 20/07/2016 - a plaquinha chegou bem a Portugal e já enfeita o cantinho da Lara. Ganhei estas fotos junto com um obrigado e fui feliz para sempre.