Olá!

Aqui você encontra vários tipos de textos com reflexões, introspecções, filosofadas e relatos, tudo sob a luz do mosaico. Desejo inspirar você com a mesma arte que me inspira.

Outro balão vai subindo.

E desta vez não houve um intervalo tão grande entre a ideia e o mosaico como no caso do primeiro balão que subiu. 

Sabe aquela história que todos nós sabemos que quando muda o ângulo de visão, tudo muda? Foi justamente assim que consegui enxergar esse balãozinho. Em 2014 comecei a fazer pequenos vasos a partir de lâmpadas queimadas. A ideia em si não era original. Quando eu era criança, meu pai fez alguns vasinhos com lâmpadas. Tenho muito vivo em minha mente a visão da lâmpada com água, uma Maria-sem-vergonha dentro e o sol vindo através da janela da lavanderia e iluminando esse cenário que para mim era mágico.

Os primeiros vasinhos pareciam ao meu olhar pequenas jóias preciosas. Com suporte ou sem suporte, eles eram a cara de quem gosta de sonhar acordado. Os últimos vasinhos que fiz conversaram comigo de maneira muito clara e me disseram que eles poderiam alcançar o céu. Foi tirando as fotos que o óbvio se revelou: não era uma lâmpada e nem um vaso. Era um balão! Lógico! Ao que parece um bom balão precisa de um cesto, caso contrário quem vai conseguir dar a volta ao mundo num balão, certo? Uma tampa de garrafa, dessas de rosca, serviu perfeitamente para isso. E daí para frente foi aquele exercício de transmitir para as mãos tudo aquilo que está na cabeça. Com ele pronto achei que era uma boa se o cesto, as correntinhas e a rosca da agora ex-lâmpada fossem dourados. Nem pensei duas vezes em cobrir tudo com glitter. Deveria ter pensado pelo menos duas vezes. Até agora tem glitter por aí, no banheiro, na cozinha, no travesseiro, nos gatos. E a dureza é que a cobertura não ficou completa. Então decidi, depois que a cola secou totalmente, passar um pincel com uma certa sede de justiça, para cair tudo o que precisava cair e no final ficou mais com uma cara de pátina com glitter, por assim dizer. Acho que na próxima vou de goma-laca e purpurina mesmo. Agora você acha que isso diminuiu meu amor por esse balão para fadas? Nem um milímetro!!!! Ok, eu sei que fadas tem asas e tudo mais. Mas pode acontecer de ela estar mais cansada um dia e querer apreciar a paisagem enquanto relaxa as asas, exatamente como acontece com a gente quando vai de carona no carro.

Sem mais delongas, eis aqui o meu amado Uber de Fadas!

Dá ou não dá vontade de morder?

Para passar o fio fiz um pequeno furinho na lâmpada com toda a paciência que os vidros exigem.

Sim, você viaja confortavelmente acomodada sobre uma flor.

O ganchinho para pendurar é um anzol de fazer brincos, sabe?

Imagem feita durante vôo de testes. :-)
Tão bom quanto comer quando se está com fome é concretizar uma ideia. Só que depois de um tempo que acaba já vai surgindo a fome de novo. E se fizesse um móbile, por exemplo? Sim, porque ideia é essa coisa parideira. A gente dá à luz a uma e esse uma dá à luz outra e assim vai, numa sucessão de nascimentos. 

Beijos a todas às mentes férteis e até a próxima!
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Com os vidros se reproduzem.

Parece tema de documentário, mas é apenas uma ilustração lúdica sobre as possibilidades que o vidro nos oferece. O vidro, classificado como líquido por quem entende da coisa, é algo que tende ao infinito. Ele não se degrada com o tempo e, se for o caso, é 100% reciclável. Como se isso não fosse motivo suficiente para uma história de amor, o danando é lindo que dói.

Mas voltemos às possibilidades. Não é de hoje que mostro aqui as garrafas revestidas de mosaico, que é uma entre tantas formas de se reutilizar uma garrafa. Porém, de uma garrafa podem nascer duas novas alegrias. Estou falando das mini garrafas e de luminárias. Estes são dois "subprodutos" de uma garrafa comum. Funciona assim: imagine uma garrafa. Agora imagine que você corta a parte de cima desta garrafa, uns três dedos abaixo do pescoço (da garrafa!!! Pelo amor de deus!!!). Agora você cortará o fundo da garrafa. Muito bem! Então, segundo as minha contas, temos agora três partes separadas: base, corpo e topo, certo? Se você colar a base e o topo terá uma mini garrafa, como estas aqui...







Sim! Todas essa garrafas nasceram de garrafas maiores. Agora com a parte central da garrafa original você faz uma luminária. Simples como acordar e abrir os olhos, não é? Todas as luminárias para velas de 7 dias que já fiz nasceram de garrafas. A última luminária parida por uma garrafa é esta aqui...
Mas essa luminária não nasceu apenas de uma garrafa, nasceu também de uma luminária para lâmpadas. Meu estimado Baltazar, apreciador que é do design da DDR (por justiça também devo me incluir neste grupo) comprou uma luminária nascida na década de 1960 ou 1970. Quando a coitada chegou aqui estava totalmente despedaçada.

Percebe?
Mas aí acontece que a vida é essa coisa pródiga: tristeza de uns, alegria de outros. Guardei o vidro da finada luminária vintage para usar depois. O vidro era lindo...e ordinário. O safado não tina a superfície de dentro exatamente plana. Então usar o riscador para guiar o corte mostrou-se totalmente ineficiente. Além disso ele possuía diferentes espessuras, o que dificultou ainda mais um corte limpo. No final fiz o que o vidro me permitiu com a ajuda do torquês de roldana. A única frustração foi mudar de planos, mas mesmo tendo tomado outros rumos gostei muito do resultado final. Além desse vidro usei gemas, pastilhas cristal e uma monte de resto de cortes do famoso potinho de restos de cortes (está aí outra coisa que se multiplica...). A base é de azulejo. Aprecie todos os ângulos da luminária...



Alternância de vidro transparente e pastilhas translúcidas resulta em luz suave e aconchegante.
Olha, eu não sei vocês, mas eu acho acho essa história de reutilizar o que quer que seja extramente estimulante. Acho que o processo de perceber tudo o que pode ser extraído de um objeto é uma das partes mais prazerosas e empolgantes do trabalho que faço. Essa metáfora da transformação me traz esperanças quando me deparo com problemas. Tenho comigo que sempre há uma saída. Basta mudar o ângulo de visão para começar a ver as possibilidades.

Bom início de ano para todos, com novas luzes sobre os problemas de sempre. Até a próxima!

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