Olá!

Aqui você encontra vários tipos de textos com reflexões, introspecções, filosofadas e relatos, tudo sob a luz do mosaico. Desejo inspirar você com a mesma arte que me inspira.

Mais para dentro, por favor.

    Gastamos um tempo considerável de nossas vidas em busca de sinais. A todo momento queremos ter certeza. Tentamos encontrar algo que nos diga se estamos no caminho certo, se nossas escolhas são as melhores, se o objetivo será alcançado. A ironia de sempre é que isto não é possível. Simplesmente porque tudo é relativo. O bom para você não é para mim. O que é sucesso para mim não é para você. O seu conceito de felicidade não tem nada em comum com o que eu penso sobre o assunto. Se o outro não compartilha do nosso conceito porque insistimos em perguntar? Por que precisamos ter certeza de alguma coisa? Queremos provar algo a alguém? Por quê?

Advertência aos adoradores de MBA e àqueles que acreditam que lugar de jacaré é no bolso da camisa e não na água: não continue a leitura! Vá antecipar suas compras de Natal.

    Uma vez ouvi algo que me fez pensar. Meu interlocutor discorria sobre  os mecanismos emocionais do ser humano e suas inerentes mazelas. Traduzindo seus jargões, disse que "o que mata o ser humano é o sentimento". Foi muito preciso. Longe de significar que não devemos sentir. Mas pelo emocional desconsideramos totalmente a razão (sem falar no bom-senso, esse amigo perdido). Então saímos por aí cometendo equívocos que poderiam ser evitados com uma dose de razão+bom-senso.
    Creio que vivamos demasiadamente para fora. Fazemos o que o mundo diz que deve ser feito, dizemos o que os outros querem ouvir e nos distanciamos paulatinamente de nossa Mônada. Acumulamos conhecimentos e só os utilizamos  pelo lado externo. Chega então o dia no qual é inevitável fazer a pergunta "quem sou eu, afinal?". E aí começa uma nova corrida em busca dos sinais. Por que diabos achamos que nossas respostas estão do lado de fora? Talvez seja cultural o aprendizado de jamais olhar para dentro, não sei.
    Como não acredito que ninguém fique mais forte vivendo na superfície, diria que o mínimo a fazer é reconhecer nossa natureza. Somos seres frágeis, falíveis, muito sensíveis e suscetíveis às variações climáticas (ou vai me dizer que você não se sente novo em folha hoje, com este sol maravilhoso?). Não obstante precisamos de nosso iguais para nos sentirmos reconfortados (talvez comece aí a bagunça...). A partir destes fatos, que são irrevogáveis, faça um mergulho em si. Observe-se. No primeiro momento suas impressões serão apenas densas. Algo como: "hoje minha perna dói mais do que ontem" ou  "quando como menos doces me sinto melhor". E lentamente, com a persistência do exercício, as percepções passam a ser mais sutis. Você perceberá que ser gentil com os demais pode lhe trazer satisfação. Um contentamento singular, impossível de ser encontrado em outra atividade. Surpreenderá a si contemplando o movimento que as folhas da árvores fazem acompanhando o vento e perceberá que isto, para você, é um alimento. Persista! Deleite-se com suas descobertas e brinde o mundo com o seu novo eu recém-emancipado. Reconheça que as respostas que procurávamos antes (aquelas do início) são coisas menores, que os impulsos que nos levam a querer saber de tudo não são legítimos. Perceba que suas fraquezas só serão fraquezas se você não estiver disposto a lidar com elas.
    Depois que iniciar este processo será impossível ficar indiferente à essência daquele que está ao nosso lado. É com isto que devemos nos conectar e compartilhar aquilo que somos (e não o que temos.) Dessa comunhão nasce a evolução. A sua felicidade é a minha. O meu prazer é o seu pois todos estamos interligados e fazemos parte de algo muito maior, grandioso demais para se ter certeza.


3 comentários:

  1. Dri, muito apropriada a sua reflexao. Nao... preciso falar o que eu realmente pensei ao ler o seu texto... Dedo na ferida! A minha está doendo até agora. Um chacoalhao desses de vez em quando faz bem. Obrigada!
    Beijos.
    Andrea

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  2. Dri, concordo com sua amiga Andrea, verdadeiramente precisei desse chacoalhão!
    Obrigada!!!

    Beijos

    Débora

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  3. Ca-cil-da, vc sabe fazer os outros pensar, e estimular a ação.

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