Olá!

Aqui você encontra vários tipos de textos com reflexões, introspecções, filosofadas e relatos, tudo sob a luz do mosaico. Desejo inspirar você com a mesma arte que me inspira.

Para onde ir?

    Ando muito confusa e com dúvidas sobre a igualdade entre as pessoas. Sempre entendi que nos enfileiramos desta forma por uma questão moral, por princípios, que nossas diferenças eram supreficiais e bem lá no fundo seríamos feito do mesmo barro. Agora já não tenho tanta certeza.
    Parece-me que hoje as diferenças estão muito profundas. Na realidade a diversidade superficial é o que menos chama a atenção. Mas tem estado evidente que enquanto alguns surgiram do barro, outros vieram de qualquer outro material indecifrável e incompatível. É inegável que nossos início e nosso fim sejam os mesmos, porém tudo acontece no meio e é exatamente neste ponto que algo se perdeu. Este desencaixe é para mim tão gritante que não consigo mais colocar todos nós sob a classificação de "ser humano". Preciso de outras categorias. A falta de sintonia com nossos pretensos semelhantes seria como tentar aparentar uma borboleta com um jacaré.
    Fazemos todos parte de uma só coisa, estamos todos no mesmo barco, nosso caminho é riscado pelas trajetórias alheias. Tudo isso ainda faz sentido para mim, mas as diferenças...estão abismais. Nem se faz necessário viajar até a Suíça (um beijo Helô e Vitão!), que por pouco não é outro planeta, para sentirmos o impacto. Bairros de uma mesma cidade já carregam seus próprios ecossistemas. Se mudar de cidade, socorro! Sabemos que ambientes distintos são capazes de gerar indivíduos distintos na mesma proporção. Contudo as diferenças às quais me refiro estão na alma e não se trata da velha discussão "bom x mau", mas simplesmente da falta de igualdade.
    Dentro da convicção que carregamos de admirar nosso próprio jeito de ser, creio que esta questão seja um estágio além da situação do "Pudim Solitário". O pudim tem cada vez mais contato com outros pudins, comunidades inteiras, mas por viver de certa forma entre as paçocas, os quindins, as bombas de creme e os camafeus de nozes não deixou de sentir um ranço existencial de pseudo inadequação. Será que ao pudim lhe basta saber que existem outros pudins ou precisa de fato estar entre eles para sentir-se um pouco mais pleno? E seria apenas um pouco porque dentre os pudins há o de chocolate, o de leite, o de leite condensado...
    Não sei se um dia já consegui verdadeiramente, mas parece que nunca estive tão inábil para lidar com diferenças profundas. Tudo me parece irreconciliável. Nuvens negras à parte, acho que caminhamos para um divórcio social pois não me refiro aqui a diferenças que acrescentam, mas às que apartam. Tenho uma sensação nítida que para prosseguirmos no crescimento não poderemos mais habitar o mesmo lugar.

 

2 comentários:

  1. Venha para a Suiça, Dri! Aqui essas diferenças também existem, mas com a vantagem de os ingredientes serem indecifráveis em alemão!
    Beijooooooooooooo

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  2. Você nunca ouviu dizer que tudo igual é um ônibus cheio de japonês?! há!há!há! Bsss.

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