Olá!

Aqui você encontra vários tipos de textos com reflexões, introspecções, filosofadas e relatos, tudo sob a luz do mosaico. Desejo inspirar você com a mesma arte que me inspira.

Vaidade.

    Não me refiro ao tipo de vaidade que nos leva a usar maquiagem, vestir uma roupa bonita ou usar creme hidratante. Falo do tipo que pode empatar a vida de alguém, o tipo de vaidade que pode viciar a índole: o apego aos elogios. Fiquei meditativa sobre isso ao observar pessoas se transformando, passando por cima de tudo à frente, deixando a ética láááá para trás com o objetivo certo de colher elogios, estufar o peito, empinar o nariz e apontar o dedo para indicar insuperáveis façanhas. Seriam eles, os elogios, uma forma de reconhecimento? Sinceramente tenho minhas dúvidas. Tendo a acreditar que são palavras vazias e nada mais.
    O dependente vaidoso direciona suas ações não para a produtividade mas para a coroa de louros e padece neste ciclo, estagnado. Geralmente o dependente torna-se agressivo se acredita que sua obra é ameaçada. Por quem? Por alguém que teve uma idéia melhor ou simplesmente trabalha melhor porque não está perocupado com o que vão achar. Esta é a grande roubada do viciado vaidoso - suas ações não são genuínas, mas guiadas na suposição da opinião alheia. Triste isso! Muito triste! É uma vítima de si mesmo numa eterna espera de aprovação. Necessita de  estímulos exteriores constantes porque intimamente não sabe se gosta mesmo de si. É ciente de seus defeitos, mas encara-os não como um apsecto natural, inerente ao ser humano. Enxerga falhas abomináveis, imperdoáveis e torce secretamente para que ninguém as descubra jamais ou deixará de ser tão especial como acredita (ou gostaria de) ser. O adicto da vaidade não desenvolve sua vida sobre aquilo que lhe traz convicção e vai para onde o vento soprar.
    Uma parte deste vício tem sua origem no foro íntimo. Mazelas emocionais muito comuns. Outra parte está presente no grande caldeirão cultural no qual estamos imersos, de forma que tornou-se raro encontar alguém que cultive qualquer atividade sem estar à sombra da auto-afirmação. Fora dos holofotes há uma grande vazio e não se está isento de ter uma dor de barriga ou, pior, o coração partido porque colheu dúzias de elogios no dia anterior. Se somar a isso nossa convenção cultural de não dizer a verdade por medo de magoar alguém, tudo fica mais vexatório, pois de toda a colheita só uns dez por cento dos agraciamentos eram sinceros.
    Em maior ou menor grau, somos todos dependentes. Neste campo estéril seguimos incertos de nosso valor, dependentes de parâmetros alheios, incapazes talvez de encontrar nossa real grandeza, avessos ao fato de que elogios, além de não pagar contas, não conduzem ao crescimento interno.


3 comentários:

  1. O vilão tem nome, é o EGO. Há que conhecê-lo bem para bem o dominar.
    Beijo

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    1. Se não me falha a memória, no texto Bhagavad Gita, Krishna diz que o ego é o pior inimigo do verdadeiro eu. Séculos depois ainda batemos a cabeça na parede para concluir tudo o que já foi dito.
      Beijos para você!

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