Olá!

Aqui você encontra vários tipos de textos com reflexões, introspecções, filosofadas e relatos, tudo sob a luz do mosaico. Desejo inspirar você com a mesma arte que me inspira.

O dia em que a tampa e a garrafa se encontraram.

Revestir garrafas é como uma tela de descanso para mim. É o trabalho ideal para ser feito quando tenho uma ideia mas ela ainda está em gestação. Enquanto uma parte da mente fica matutando uma coisa, a outra parte se diverte pensando na coordenação de cores, padrões e texturas. Garrafa para mim é exatamente isso: diversão.

A tampa que usei para essa garrafa era uma tampa mesmo. Sempre faço as tampas a partir de puxadores de gaveta, mas dessa vez foi diferente. Ganhei a tampa há uns bons anos, mas não encontrava a garrafa que combinasse com ela. Como o tempo sempre traz as respostas e as soluções que precisamos, foi só uma questão de esperar. Não que isso seja fácil. Não teve uma santa vez que ,ao iniciar uma nova garrafa, não pegasse essa tampa para ver se encaixava. Quando falo encaixe, é muito menos uma questão mecânica e muito mais uma questão energética. Até que a tampa encaixou. Daí para frente fiz o melhor que pude com aquilo que tenho. Estou nessa onda de quase não comprar material para me forçar a revirar a estante e enxergar mais possibilidades. Tenho achado isso interessante pois influencia diretamente no aspecto final dos trabalhos.

A combinações das cores é uma daquelas que, acredito, não faria por iniciativa própria: azul, amarelo, laranja e branco. Reparei que quase nunca uso branco em garrafas e não tenho a menor ideia do porquê. Quando comecei só sabia que queria fazer um quadriculado e no final me vi repetindo o padrão em outra cor. Fiquei preocupada. Será que estou nesse grau de absorção inconsciente de elementos do ambiente que me cerca? Explico: o brasão da Bavária tem um quadriculado azul e branco. Na verdade não são exatamente quadrados, mas losangos. Porém, o resultado disso, é que tudo aqui carrega o tema "quadriculado azul e branco". Tudo MESMO! De forma que a partir de um certo ponto parece que você vive numa infinita toalha de pique-nique. Pode ser que a resposta ao meu temor seja positiva. Então se vocês começarem a ver, além do quadriculado azul e branco, corações e flores da espécie Edelweiss, saibam que fui abduzida pelas referências locais e que corro o risco de achar a Oktoberfest uma coisa bacana.

Diferenças culturais à parte, posso dizer que o aspecto final desta garrafa tanto me intriga (racionalmente) quanto me alegra (emocionalmente). Agora vocês podem tirar sua próprias conclusões...

Pastilhas do tipo cristal, pastilhas pigmentadas, stained glass, vidrotil, pastilhas lisas e furtacor...

...tudo serviu de pano de fundo para a parte central que tem peças de metal dourado, um lindo coração de fusing e meus últimos miçangões.

A tampa foi um estímulo à parte tanto pelo formato quanto pela combinação de cores.

A filha mais nova é uma das mais altas da família.

E ficou tão harmônica entre os vasos que deu vontade de ter uma jardim só meu para "plantar" garrafas entre os vasos.


O que eu não sei ao certo é se de fato levou esse tempo todo para a tampa e a garrafa se encontrarem ou se sempre estiveram ali e era eu que não estava atenta para o encontro. Estava vendo, mas não estava enxergando. Seja o que for, a constante é que cada um de nós possui as próprias lentes para ver o mundo e para se ver nele. Não é uma loucura imaginar a quantidade de realidades existentes por aí?

Até a próxima!

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Um comentário:

  1. Sobre o mesmo tema, que belo casamento entre a obra que produz, e o texto que escreve. Um não pode viver sem o outro. E nós nos deliciamos com toda essa poesia gratuita que nos chega. Beijos.

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