Olá!

Aqui você encontra vários tipos de textos com reflexões, introspecções, filosofadas e relatos, tudo sob a luz do mosaico. Desejo inspirar você com a mesma arte que me inspira.

Faça-se a lu...minária!

São vários os sentimentos capazes de nos mover. Esperança, raiva, curiosidade, convicção, esses e outros tantos estados de espírito são capazes de nos fazer dar um passo em outra direção. Ultimamente a força que me conduz é a saudade, uma saudade generalizada que vai dos acontecimentos recentes até um passado distante.

Não é de hoje que prefiro permitir que os sentimentos venham, fiquem e depois partam. Não há porta escancarada o suficiente capaz de fazer a melhor alegria do universo entrar e nem porta trancada o suficiente capaz de manter do lado de lá a tristeza mais profunda. Então é melhor que venham, é melhor que convivamos um tempo, que nos olhemos diretamente nos olhos, aprendamos alguma coisa um sobre o outro para, a seguir, nos separarmos novamente.

Com a saudade instalada aqui em casa - e ela ocupa todos os cômodos desse apartamentinho - sentamos para fazer não uma luminária, mas uma sessão de recordações. Houve descoberta, houve encanto, houve abismo, houve um punhado de pequenos detalhes que só agora sou capaz de entender. Fizemos uma celebração serena sobre o que passou. Agora tento ver quais os caminhos que podem estar à frente. Tento sozinha mesmo, porque acho que a saudade não é muito boa em fazer planos.

Uma vez montada a base, decidi que para revestir queria usar pastilhas avulsas, ou seja, aquelas que vão sobrando e que a gente junta tudo num pote. Também escolhi usar vidro transparente, dando uma segunda vida a um pote de conserva cuja missão de conter alguma coisa já fora cumprida. E gemas! Claro! Na verdade, se fosse possível, eu comeria gemas de vidro porque as acho lindas demais (é normal desejar comer uma coisa que consideramos bonita?). Ciente que meu sistema gastro intestinal é incapaz de digerir vidro, uso as gemas na luminária mesmo.

A diversão maior veio de usar as pastilhas randomicamente. É claro que durante o processo vou colocando alguns critérios para preservar a harmonia, mas nada rígido demais, senão não teria como o acaso participar e eu gosto de saber o que o acaso tem para me dizer.

Assim, depois de alguns dias, eu, a saudade e o acaso concluímos essa luminária. Não sei eles, mas eu gostei muito, muito, muito do resultado.


Olhando assim, de frente, ela parece séria.

Mas é só mudar o ângulo que já dá para ver o sorriso dela.

Ela é quadrada por força das circunstâncias.

Mas ela se sente meio redonda, circular.

Não tem começo.

E também não tem fim.

Desde que ela ficou pronta, de quando em quando vou até a prateleira só para senti-la com as mãos. Ela é nova, mas me parece antiga. Parece que está ligada há algo muito antigo que há em mim, mas eu não sei dizer o que é.



Na escuridão sempre há uma brecha para a passagens da luz. Isso consola e acolhe.

Mas quando é invadida pela luz do sol, sua plenitude se revela.
Por aqui caminhamos agora para uma fase que chamo de "recolhimento forçado". Por maior que seja o seu desejo de extroversão, ele será tolhido pela pouca luz e pelo frio. Somos obrigados a um desafiador período de introspecção que exige de nós concentração e disciplina a fim de que nossa chama interna não se apague.

Tento ver estes períodos (sejam eles literais ou figurados) como uma oportunidade silenciosa e solitária de conexão íntima, um momento de (auto)aceitação, de apaziguamento para que se possa, quem sabe, brotar e desabrochar em cores quando a primavera chegar.

Até a próxima!

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