Olá!

Aqui você encontra vários tipos de textos com reflexões, introspecções, filosofadas e relatos, tudo sob a luz do mosaico. Desejo inspirar você com a mesma arte que me inspira.

O mosaico é meu espelho.

Toda vez que a gente estuda alguma coisa, recebemos um pacote de regras e parâmetros que, dali para frente, deve ser aplicado. Essa é a teoria. No decorrer dos anos, constato repetidamente que tenho uma dificuldade com isso. Acho que devo ser a personificação do desgosto para meus professores. Não consigo honrar suas regras. Não que exista algo de errado com elas, porém eu as entendo como um ponto de partida para um outro lugar e não um fim em si mesmo. Acredito que se não permitirmos que nossa mente dance livremente, sem coreografia, ficaremos todos repetindo os mesmo passos e isso é muito triste (para mim). Como estamos todos vivendo numa mesma era, (teoricamente) num mesmo mundo, o conforto da inércia nos conduz à reprodução do que já existe. Aí alguém resolve mudar uma vírgula ou duas ou três...e todos passam a mudar uma ou duas ou três vírgulas. Isso não diminui o valor de tudo que é feito, mas acho que não faz jus ao universo infinito que é um indivíduo, à toda percepção única da qual uma pessoa é capaz. É por isso que tenho uma relação meio arisca com regras, ou melhor, com o uso que fazemos das regras.

O mosaico foi o campo vasto que me mostrou este aspecto de mim mesma. Um dos trabalhos que mais gosto de fazer é o de revestir garrafas. Acho mágico e lindo. Desde que fiz o curso, minhas garrafas foram mudando na mesma medida que fui deixando de seguir as regras. E isso aconteceu porque algumas delas impediam minha expressão. É a sensação de usar uma roupa apertada, entende? Então escolhi a liberdade e sei que, muitas vezes, faço isso em detrimento da técnica ou de parte dela. Mas liberdade é esse ópio capaz de nos conduzir à própria paz...fica difícil de abrir mão. Escolhas, meus amigos! A vida é feita de escolhas...

Eis aqui meu mais recente sussurro de liberdade. Eu só sabia que queria usar essas pétalas de vidro vermelho. O que se seguiu foi aquela conversa entre mim e o vidro, permitindo à espontaneidade dizer onde cada peça deveria ser colocada.


Aqui preciso abrir um parênteses só para dizer que me apaixonei por essa lateral. Gostei dela infinitamente mais do que da parte da frente.




Agora, veja que interessante: o aspecto final desta garrafa não me mostra um resultado inédito. Quero dizer, esse padrão geométrico, especialmente da lateral, é familiar para mim. De onde exatamente eu não sei, mas tenho a sensação exata de que isso já existe em algum lugar. Não é impressionante? Ainda que eu diga para minha mente "vai para onde você quiser, do jeito que você quiser", de alguma maneira trilhei um caminho conhecido. Daí eu entendo que entre escolher a liberdade e efetivamente desfrutá-la existe um abismo imenso a ser transposto. E por que eu faço questão de perseguir algo abstrato e distante? Bom, poderíamos passar dias tentando formular a resposta, mas resumindo porcamente é porque sinto que a minha verdade está do lado de lá daquele abismo, acenando e sorrindo para mim.

Beijos a todos que tentam voar e até a próxima!

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2 comentários:

  1. Seguir o caminho conhecido, sem ser sugado pelos modismos e pelas propagandas... é exercício de liberdade. Brilhantes: seu trabalho e seu texto! Beijos

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    1. E são tantos os esforços para sermos livres, não é? Um beijo!

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