Olá!

Aqui você encontra vários tipos de textos com reflexões, introspecções, filosofadas e relatos, tudo sob a luz do mosaico. Desejo inspirar você com a mesma arte que me inspira.

Não dá para viver separado.

    Calor. Calor. Calor.
    Uma belíssima tarde e é apenas segunda-feira.
    Dias de verão nos enchem de vontades: de sair, de conhecer, de realizar, de contemplar, de lagartixar. O sol e o céu azul nos catapultam sem dó nem piedade para a vida, para o desejo de viver nossos dias até os últimos minutos de luz. Normalmente sentimos esta explosão de impulso no peito, respiramos e continuamos trabalhando, afinal somos adultos e temos que cumprir com nossas obrigações. A cada tanto de tempo, mais uma olhadela pela janela para o céu azul, pornograficamente azul. Fim da tarde, mas o sol brilha ainda na sua potência máxima.
    A 3 km daqui Baltazar encerra seu expediente. A tarde chama. Não, a tarde berra! Baltazar escuta e nos faz o convite: vamos ver o pôr do sol? Hoje? Segunda-feira? Somos adultos, estamos trabalhando, coisas atrasadas. Será? Lóóóóóógico que sim!
    Eu dirijo, assim Baltazar e Lady Newton pode apreciar a vista. Estrada livre, linda, florida. Aos poucos a mata atlântica emoldura o litotal. Mais um pouco.... e chegamos. Calor. Mas aqui tem brisa. Colocamos os pés na água. Está morna e límpida. Somos três crianças carentres de sua grande Mãe, deslumbrados com sua beleza, com olhos desacostumados a contemplar o horizonte, enbasbacados com o silêncio que acaricia os ouvidos, alimentados pelo ar úmido e leve, maravilhados com o espetáculo que estava à nossa espera.

    A expressão de prazer e completude dos meus cúmplices provavelmente era também a minha. Era como se estivéssemos vendo tudo aquilo pela primeira vez.


    Na verdade tratava-se de um reencontro, da união da teoria com a prática. Ficamos por muito tempo distantes desta força magnífica e ali nos embebedamos em sensações, minuto a minuto.


    Os buracos da alma foram preenchidos, as respostas foram encontradas e os mistérios, revelados. Tudo é muito simples agora. Estamos novos e vivos, muito mais do que antes, com uma percepção modificada. O dia esplendoroso que tanto nos instigou, encerrou-se gloriosamente. Mas...não há fim. Há novo começo. Mais uma vez fomos provocados.

    A lua cheia, grande, saborosa e nada tímida nos fez vários convites. Cedemos uma vez mais pois cansamos de viver nossos dias esvaziados destes elementos.
    No retorno tivemos esta luz prateada para indicar o caminho e cintilar na copa das árvores da Serra do Mar, tornando seu contorno claro e reluzente.
    Se andávamos esquecidos, recordamos que a natureza está em nós e nós, nela. Compomos um único e maravilhoso organismo de vida. Ao nos afastarmos dela, afastamo-nos de nós mesmos. Quanto mais apartados ficamos de nossa essência, mais infelizes nos tornamos. Sentimos o vazio mas vamos levando, sem lembrar do que é necessário para preenchê-lo. Um dia surge a urgência e ainda assim vamos levando. Nos atrapalhamos na tentativa de sanar este chamado. Comemos, bebemos, compramos, falamos muito e nada resolve. Até que percebemos que precisamos fazer alguma coisa. Então lembramos! E é fácil, muito fácil. Ela está lá, basta ir ao seu encontro e gozar do prazer de sentir-se pleno novamente.


2 comentários:

  1. É o incomensurável prazer de estar vivo,de esquecer as obrigações e resolver parar de adiar a felicidade.
    As fotos são irresistivelmente belas em toda a sua
    simplicidade.
    Beijo da Nina

    ResponderExcluir
  2. Minha linda, a felicidade é uma estrada de dois sentidos. Recebe-se na medida em que se dá.
    Eu é que estou grata por ter-te conhecido.
    Beijo da Nina

    ResponderExcluir

Olá! Tenho muito interesse em saber a sua opinião sobre esta postagem. Obrigada pela sua visita!